Alcoólicos Anónimos


Alcoólicos Anónimos é uma comunidade de homens e mulheres que partilham entre si a sua experiência, força e esperança para resolverem o seu problema comum e ajudarem outros a se recuperarem do alcoolismo.O único requisito para ser membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de AA não é necessário pagar taxas de admissão nem quotas. São auto-suficientes pelas suas próprias contribuições.AA não está ligado a nenhuma seita, religião, instituição política ou organização; não se envolve em qualquer controvérsia, não subscreve nem combate quaisquer causas.O seu propósito primordial é mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade.
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O Alcool no Cerebro

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Verdade ou mentira?

O álcool não aquece – o álcool faz com que o sangue se desloque do interior do organismo para a superfície da pele, provocando sensação de calor. Mas este movimento do sangue provoca uma perda de calor interno, já que o sangue se encontra a uma temperatura que ronda os 37º e que é quase sempre superior à temperatura ambiente. Quando o sangue regressa ao coração há necessidade de o organismo despender energia no restabelecimento da sua temperatura.

O álcool não mata a sede – a sensação de sede significa necessidade de água no organismo. As bebidas alcoólicas não satisfazem esta falta, provocando, ainda, a perda através da urina, da água que existe no organismo, o que vai aumentar a carência de água, e, portanto a sede.

O álcool não dá força – o álcool tem um efeito estimulante e anestesiante, que disfarça o cansaço provocado pelo trabalho físico ou intelectual intenso, dando a ilusão de voltarem as forças. Mas depois o cansaço é a dobrar, porque o organismo vai gastar ainda mais energias para "queimar" o álcool no fígado.

O álcool não ajuda a digestão e não abre o apetite – o álcool faz com que os movimentos do estômago sejam muito mais rápidos e os alimentos passem precocemente para o intestino sem estarem devidamente digeridos, dando a sensação de estômago vazio. O resultado é a falta de apetite e o aparecimento de gastrites e de úlceras.

O álcool não é um alimento – o álcool não tem valor nutritivo porque produz calorias inúteis para os músculos e não serve para o funcionamento das células. Contrariamente aos verdadeiros alimentos, ele não ajuda na edificação, construção e reconstrução do organismo.

O álcool não é um medicamento – é exactamente o contrário porque provoca apenas excitação e anestesia passageiras que podem esconder, durante algum tempo, dores ou sensação de mal-estar, acabando por ter consequências ainda mais graves.
O álcool não facilita as relações sociais – o álcool em quantidades moderadas tem um efeito desinibidor que parece facilitar a convivência. Mas trata-se de uma ilusão, porque nem sempre é possível controlar os consumos nesse ponto e porque a relação com os outros se torna pouco profunda e artificial.

O Álcool e Trânsito

A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos, ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados por motoristas que haviam bebido antes de dirigir. Neste sentido, segundo a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em Janeiro de 1998) deverá ser penalizado todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três copos de chupe), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas doses).

Aspectos históricos do Alcool

Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registros arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano data de aproximadamente 6000 a.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos factores responsáveis pela manutenção do hábito de beber ao longo do tempo.
Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um remédio para todas as doenças, pois "dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico usquebaugh, que significa "água da vida").
A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, consequentemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool.

Falsos conceitos sobre o álcool e o alcoolismo


A maior parte das pessoas têm uma representação do alcoolismo que não corresponde à realidade. Estes mitos e falsas ideias impedem uma melhor compreensão sobre a doença alcoólica e o seio da família, entre amigos ou no meio laboral.
Os alcoólicos dizem:

“...mas eu bebo apenas cerveja”.
A cerveja também tem álcool. Numa cerveja de 33cl, há tanto álcool como num copo de vinho, ou num cálice de aguardente.

“...mas eu tenho um bom emprego...”
A maioria dos alcoólicos estão ainda inseridos profissionalmente, sejam eles, trabalhadores, quadros técnicos ou independentes. Um bom local de trabalho não impede os problemas com o álcool.

A família pensa :

“... Mas é uma pessoa tão simpática ...”
Muitos alcoólicos são simpáticos e agradáveis. Não existe “uma personalidade alcoólica “.

“Mas o nosso lar é tão afectuoso”
Durante muito tempo os alcoólicos mantêm o equilíbrio familiar.

“Mas ele quase nunca se embriaga”
São raros os alcoólicos que se embriagam. Eles bebem apenas o necessário para se sentirem bem.

No trabalho ouve-se :

“Mas ele é tão inteligente para ser alcoólico...”
Não há qualquer ligação entre o quotidiano e a doença alcoólica.

“Mas eu nunca o vi embriagado...”
As pessoas dependentes do álcool conseguem muitas vezes esconder dos seus colegas e chefias as suas alcoolizações.

“... Mas ele vem trabalhar todos os dias...”
Muitos alcoólicos são assíduos ao trabalho, chegando mesmo a dar a entender que estão em forma, e a dissimular a sua grande apetência para as bebidas.

A sociedade decreta :

“... Mas é um vadio “
A maior parte dos dependentes do álcool é gente normal e respeitável. Só um pequeno número acaba na rua.

“... Mas ele não tem ar de alcoólico...”
Não há um “fácies alcoólico”, e quando existe, muitas vezes é bem disfarçado pelo alcoólico, para não chamar a atenção.

“... Mas ele é de tão boas famílias...”
A doença alcoólica afecta qualquer pessoa, qualquer que seja o estrato social, familiar ou económico.